- disse o pastor, de direita.

A algum tempo venho notando uma mudança nos parâmetros religiosos no meio cristão, é uma pseudo negativa de religiosidade, se você pergunta a um evangélico por exemplo se ele é religioso ele vai negar, ele provavelmente irá dizer que é apenas cristão ou de Jesus, mas seus atos e sua postura de vida são extremamente religiosas, praticam seus ritos, e sempre cultuam.

Estes dizem em voz alta que não gostam de teologia, que são movidos apenas pelo “espírito” ouvir isto de um fiel que não tem muito conhecimento da sua fé, é totalmente aceitável, e compreensível, agora tenho visto pastores bocejando estas palavras, e sinceramente cada vez que ouço isso, me traz certa indignação pela  alienação que estão vivendo.
Primeiro é impossível separar a vida cristã da teologia, uma é inerente a outra, por exemplo a própria afirmação de que vivem pelo “espírito santo” é uma premissa teologia, a teologia da trindade nunca foi unanimidade entre os cristão, e até hoje a aqueles que rejeitam, se não fosse a teologia dos pais da igreja, e o tratado teológico do credo de Nicéia, talvez hoje seriamos todos unicistas, e não acreditaríamos no Espírito Santo como uma pessoa da trindade.

Nesse mesmo conceito existem uma infinidade de outras coisas, que por meio da teologia, é que alcançamos uma boa fé, até mesmo Jesus, o que separa Jesus de um simples homem, da encarnação do próprio Deus, são os postulados teológicos, talvez se não fossem os primeiros teólogos, estaríamos seguindo João batista e não Jesus, se não fosse os teólogos, codificarem a Bíblia, e colocarem os quatro evangelhos, e as cartas do Novo Testamento, talvez teríamos uma fé gnóstica, totalmente diferente, que acreditaria entre outras coisas como por exemplo  que Maria Madalena teve um relacionamento  sexual com Jesus,  ou até mesmo como diz o livro de Judas, que a traição de Jesus, foi toda premeditada, pelo próprio messias, entre tantas outras histórias presentes nos evangelhos apócrifos.

Toda moral cristã é baseada de séculos de tradição religiosa, renegar isso, é a mesma coisa que uma pessoa não se dizer humana, além de inconcebível é ridícula aos olhos de quem vê; é impossível se dizer cristão e querer negar o cristianismo, por exemplo está muito corrente pessoas que se denominam cristão sem igreja, ora, é sim possível ser cristão e estar temporariamente sem igreja, mas é impossível ser cristão, sem influencia de alguma igreja, pois é a igreja e a teologia que trás a luz quem é Jesus e até mesmo Deus, não é possível dizer, “eu amo Jesus, mas não tenho igreja” você pode até não freqüentar uma igreja, mas sua consciência de Jesus, veio de uma, é impossível você freqüentar um culto a Krishina, e sair de lá acreditando em Jesus.

Voltando as pessoas que negam o status religioso, mas freqüenta igreja, estas pessoas caem em um discurso vicioso, pois, se dizem contra a religião, mas são extremamente religiosos, por exemplo, pergunte a um destes pastores, que dizem que não gostam da religião, se eles aceitam o aborto, ou questionarem se o dizimo é coisa da lei mosaica, ou se aceita o casamento entre pessoas do mesmo sexo, até mesmo sexo antes do casamento, o que pensam da teoria da evolução, ou até se consideram a possibilidade do Jesus histórico não ser o mesmo descrito nos evangelhos... Ou da teologia que praticamos não ser a de Cristo, mas sim a de Paulo... 

Não, estes mesmos que se dizem contra a religião, irão se mostrar extremamente religioso, e não soltaram a bíblia como o guia, “palavra de Deus”, ou seja, estarão sendo religiosos, portanto essa moda de negar a religião, é um produto da própria religiosidade moderna, negar-se religioso, o que considero uma resposta natural a uma sociedade plural, que está enfadada da religião.

Estes dias no tuíter, vi uma frase sendo repassada na minha pagina por outro usuário, a frase era de um grupo que se denomina, como “escolhi esperar” dizia isso, de não serem religiosos mas serem de Jesus, ora, eles existem através de uma premissa religiosa, sexo após casamento, algo da religião, o porque negar-se então religiosos? Essas pessoas concentram o seu conceito de religião nos extremistas mulçumanos, ou nos adversários religiosos, como por exemplo, mórmons ou testemunha de Jeová, ou os católicos culturais que veneram os santos, mas são religiosos o tanto quanto, mas vivem por negar.

O problema do religioso, não está em ele ser religioso, mas sim em ele fechar o leque somente para aquilo que ele crê desconsiderar a opinião, a religião, e a cultura do próximo, como já disse ouvir isso de um garoto ou garota adolescente é perfeitamente aceitável, mas o problema é que às vezes eles apenas repetem adultos, pessoas que estudaram e se preparam mas não deixaram a sua “religiosidade” hora nenhuma, isso sim é inaceitável.

Não ser religioso, é não crer em nenhuma premissa religiosa, eu sinceramente não me incomodo de ser chamado de religioso, e nem de falar que sou religioso, o que me incomoda, são as pessoas que partilham a mesma fé que eu, não  entenderem que o mundo muda, que a cultura muda, que  a Bíblia foi escrita em uma época, que nem tudo ali é literal, na verdade a única coisa que devia ser levada na literalidade, que o primeiro fator da religião deve ser o bom senso, e que logo após a amar a Deus, vem o segundo mandamento, que é amar ao próximo como a si mesmo, e isso sim, é um ponto literal na religião, mas é o que mas infelizmente é levado como relativo.